sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Tenho vontade de escrever mas não sei o que, sinto alguma coisa que nao consigo identificar, quero gritar, quero trazer essa casa a baixo, mas continuo sentada aqui, não me mexo mesmo que no meu interior pareça que estou tendo ataques epilépticos. Quero extravasar, mas como se faz isso?
Quero falar, falar sem parar, falar até doer o maxilar, escrever até os dedos ficarem tão duros doendo, quero rir até a minha barriga doer e ficar completamente sem ar, quero chorar ate inundar toda essa casa, eu quero, quero...
Por que as palavras certas não aparecem quando o que eu mais preciso é que todas elas explodam pelo teclado, nem que fosse uma psicografia, mas seria verdadeiro, seriam elas, aquelas que venho a tanto procurando, e sem nenhum resultado aqui continuo atrás do alívio ou do êxtase, tanto faz pra mim, quero que tudo isso que tá escondido à sete chaves jorre como uma tsunami e transborde, se for para o melhor.
Eu vivo à procura, tenho vontades do desconhecido, quero uma comida mas não sei qual é, quero uma música mas nenhuma me satisfaz, quero um filme mas acho que ele não existe, quero e continuo procurando por eles, isso é sem fim, no ônibus olhando sem direção pela janela procuro, caminhando eu olho à minha volta atras disso, DISSO, que desconheço mas que faz tanta falta, O QUE É VOCÊ? QUEM É VOCÊ?
Ou o que é isso, quem é você? Você aí que escreve, talvez essa seja uma pergunta essencial, sempre tão metida, arrogante, na posição de quem bem se conhece, mas conhece mesmo? Boa pergunta. Mas parece que você é uma visitante dentro de si mesma, bela visitante que não conhece os caminhos nem os fins e muito menos aonde deve chegar, aonde está indo, e se você não sabe, quem saberá? Você vive se perguntando quando virão te resgatar, e a minha resposta a isso é, tome postura na vida e saiba que somente você irá se resgatar e cabe a você se encontrar no meio desse emaranhado de perguntas, sentimentos, nesse emaranhado que é você.
O que mais me interessa é a capacidade que possui de simplesmente guardar as sensações pros momentos certos, acho completamente estranho como pode começar a pensar em todas essas questões que lhe perturbam, e que tiveram o dia todo aí, só que em modo latente, agora, e tudo aparentava ser uma pequena vontade de escrever, e você não sabia bem o que. Bem as coisas se desenrolaram de forma bem peculiar tomando-se em conta o início, afinal você tinha BASTANTE coisa que queria escrever, e me pareceu que o caminho desconhecido a elas aà princípio logo foi encontrado.
Eu sei como é as vezes se sentir como numa floresta escura sem saber por onde veio, como voltar, presa no breu das árvores e arbustos, os ventos balançando suas roupas, seus cabelos sacodindo violentamente, e você está paralizada no que parece o centro da mata, não há ar suficente, será que está afundando, areia movediça talvez, mas vcê nada faz, é incapaz, está cansada demais, talvez seja melhor deixar-se afundar, até que, nossa, que bela luz, que surgiu a uma grande distância de onde se encontra, aí percebe que está se deixando levar a morte, deve lutar, não deve se deixar afundar desta forma, você é uma mulhe forte afinal, pelo menos é o que sempre lhe disseram, mas é tão mais fácil deixar que a areia lhe enterre, deixar que esta arranhe suas pernas, seu tronco, NÃO! Deve lutar sim, mesmo que não se sinta forte, decididamente você não é forte, são apenas eles que acham, ficarão decepcionados com você agora ou depois, pois você sabe que pode ser um tanto covarde, mas mesmo assim, deve subir não se deixar levar pelo buraco que se abre bem debaixo de seus pés. Agarre em tudo que há na sua frente, raízes, troncos, ramos, pedras, o que for.. EI, isso não tava aqui, é.. é uma mão, agarre com toda a sua força, e num movimento súbito é cuspida pra fora do que lhe sugava, mas afinal quem lhe salvou, você olha pra frente atrás de seu salvador, e ele está indo embora. Como pode ir agora e me deixar aqui!? Não vá, você me salvou afinal! Não, não, não tem cabimento deixá-lo ir, de forma desastrada o persegue, mas ele continua se distanciando, você corre, ele anda e continua tão a frente, mas é completamente fora de cogitação deixá-lo ir.
Olhando mais atentamente percebe que onde se encontra já não lhe é estranho, parece que está em ca.. casa, ele lhe salvou duas vezes, como pode estar constantemente salvando-lhe mas não se aproxima, por quê? O que você deve ter feito para estar tão próximo, mas também tão distante? Ele parou! Vou até lá! E correndo você segue a reta, mas ele fez um sinal, como se fosse para eu.. parar, mas .. mas, por quê?
Entendi, você diz, abaixando a cabeça, você está certo, não vou apressar nada, se não devemos nos conhecer agora eu compreendo, e vou esperar por você, espero saber quando você chegar, sei que não está presente no sentido literal, em matéria, mas espero que saiba quem sou, eu espero saber quem você é, pode ser que esteja pedindo demais, mas me dê um sinal.. por favor. Então aquela lágrima que por tanto esteve presa percorre sua face, é melhor limpá-la logo antes que alguém veja que está chorando. De forma abrupta limpa o rosto e vira de costas, desejando que o dia que ele aparecerá de vez chegue logo, mais que logo.. descobriu que você sem mesmo conhecê-lo deve-lhe tanto e precisa tanto dele.
Imagens surgem na sua cabeça "Uma energia masculina está lhe protegendo, impedindo que o louco se aproxime de você e faça de você sua companheira na loucura", bem sempre se perguntou quem devia ser, seus irmãos, afinal são tantos, não, claro que não, esse louco não faz ideia da existência de irmãos verdadeiros e pustiços, seria a energia DAQUELE que já partiu mas continua presente no meu coração, você pensa que sim, talvez, ou com certeza, nunca lhe abandonaria, mas deve descansar, e creio que deve ter tido ajuda, do meu salvador.
Respirando fundo você continua a andar em frente e tenta se manter viva para que ele venha ao seu encontro, mas enquanto isso, segue a vida, de forma séria, traçando caminhos certeiros, criando verdadeiras estratégias, mas mesmo assim você espera, prometeu que o faria, e espera da mesma forma que ele cumpra sua promessa, dando-lhe o tão esperado sinal.

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