segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Ele usava óculos de grau que mais se pareciam com os que meu avô usaria, pele alva como a neve e olhos exaltados de curiosidade, seria muito esquisito se não fosse tão charmoso, e bonito, eu o achava bem atraente, e acho que sou a única, bom pra mim!
Parece que ele reparou que eu estava o encarando, devia estar olhando demais, ai que vergonha, provavelmente estou toda vermelha agora! Que ótimo! E isso, irritantemente parece estar sendo bem divertido pra ele, ficaria muito irritada com ele agora, por estar rindo, se não tivesse o olhar tão fofo e inocente. Tem os olhos como uma rajada de fogo pronta para derreter um iceberg, perfeita metáfora pra mim, como uma luva!
Putz, merda! Ele tá vindo, tenho tempo de correr ainda, aff, tem muita gente por aqui, demoraria uns 30 minutos no mínimo pra conseguir escapar e ficaria mais do que na cara que estava tentando fugir dele, pagando mico, meu hobbie preferido. Talvez seja melhor só enfrentar isso, é sempre complicado mas, eu aguento, quer dizer, eu acho.
Parou à minha frente ajeitou delicadamente os óculos e nada disse, antes não tinha como ver como ele tinha lindos cachinhos dourados, que ficam bem claros dessa distância que ele agora se encontra, eu claramente o analisava, e quando olhei bem para o seu rosto, parecia que ele estava fazendo o mesmo, parei, entao de analisá-lo fisicamente para prestar atenção em suas ações. Quando o fiz logo sorriu para mim, belos dentes por sinal, e eu estava paralizada, ridícula demais para fazer alguma coisa, forçei, então, um sorriso bem amarelo. Estava vermelha de vergonha, isso era um fato, parece que ele reparou, pois delicadamente acariciou minhas bochechas, franzindo o cenho, então sorri, espontâneamente dessa vez, ele fez o mesmo.
Passado o primeiro momento ele continuava em silêncio, também não me preocupei de falar alguma coisa, parecia que não havia necessidade de palavras, estas poderiam facilmente estragar este momento, com uma súbita corajem agarrei sua mão e o levei pra fora dali, então passeamos sem nada dizer pela cidade, as luzes ainda estavam bem acesas. "É uma cidade bem grande e está sempre da mesma forma, nunca é tão bonita, será que passarei muito dos limites se for ousado o bastante e dizer, você poderia ser minha? Por que talvez eu seja o pedinte e você a rainha, mesmo sendo um pequeno doador, também tenho o direito de sonhar e me perguntar, se você teve olhos para um cara tão esquisito quanto eu."
Ela nada disse apenas o beijou, um inocente beijo que valia mais do que mil palavras.



Ela não o achava estranho, nem um pouco na verdade, e se sentia bem à vontade ao seu lado. "A noite nunca esteve tão bela"

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